Logística Internacional
Compreender Tecnologias associadas aos instrumentos, técnicas e estratégias utilizadas na busca da qualidade, produtividade e competitividade das organizações. Abrangendo ações de planejamento , avaliação e gerenciamento de pessoas e processos referentes a negócios e serviços presentes em organizações públicas ou privadas, de todos os portes e ramos de atuação.
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Etapa Nº4 - Passo 3
Situação Rodoviária Brasileira
No Brasil, o principal meio de transporte de cargas é o rodoviário é por onde passa quase toda a produção do país tanto agrícola, industrial, têxtil e etc. Transportes estes que são feitos em rodovias que cortam todo o país, rodovias nas quais se encontram em ótimas condições somente 12,6% de toda a malha rodoviária brasileira de acordo com a Pesquisa CNT de Rodovias 2011.
A Situação da malha rodoviária brasileira é ainda pior nas regiões Norte e Centro-Oeste que se encontram poucos trechos de rodovias comparados às demais regiões brasileiras, fatores que dificultam o escoamento da produção agrícola como no caso da região Centro-Oeste que é um grande produtor de Soja e Milho.
O transporte de cargas brasileiro se concentra nas rodovias devido ao baixo custo comparado com o aéreo, e também pela estrutura que apesar de escassa em algumas regiões tem uma boa estrutura nas demais regiões como nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Com isso a dependência do transporte rodoviário tem aumentado muito devido aos seus baixos custos elevando muito o número de veículos nas rodovias causando em alguns trechos congestionamentos e como consequência os atrasos nos destinos finais, atrasos que acarretam grandes prejuízos.
O modal rodoviário brasileiro é em partes deficientes devido a sua falta de investimento em ampliação, recuperação e manutenção das rodovias, fatores contribuiriam de forma positiva pra o desenvolvimento da logística e da economia brasileira.
Modal Aéreo
Frete AÉreo
O transporte aéreo possui algumas vantagens sobre o marítimo, pois e mais rápido e seguro e são menores os custos com seguro, estocagem e embalagem, além de ser mais viável para remessa de amostras, brindes, bagagem desacompanhada, partes e peças de reposição, mercadoria perecível, animais, etc.
A base de cálculo do frete aéreo é obtida por meio do peso ou do volume da mercadoria, sendo considerado aquele que proporcionar o maior valor. Para saber se devemos considerar o peso ou o volume, a IATA (International Air Transport Association) estabeleceu a seguinte relação:
Relação IATA (peso/volume): 1 kg = 6000 cm³ ou 1 ton. 6 m³
Por exemplo: no caso de um peso de 1 kg acondicionado em um volume maior que 6000 cm³, consideramos-se o volume como base de cálculo do frete, caso contrário, considera-se o peso.
A IATA é uma entidade internacional que congrega grande parte das transportadoras aéreas do mundo, cujo objetivo é conhecer, estudar e procurar dar solução aos problemas técnicos, administrativos, econômicos ou políticos surgidos com o desenvolvimento do transporte aéreo.
As tarifas, baseadas em rotas, tráfegos e custos, são estabelecidas no âmbito da IATA pelas empresas aéreas, para serem cobradas uniformemente, conforme as classificações seguintes:
· Normal: aplicada aos transportes de até 45 kg;
· Tarifa de quantidade: para pesos superiores a 45 kg;
· Tarifa classificada (class rates): percentual adicionado ou deduzido da tarifa geral, conforme o caso, quando do transporte de mercadorias específicas (produtos perigosos, restos mortais e urnas, animais vivos, jornais e periódicos e cargas de valor, assim consideradas aquelas acima de US$ 1000/kg), apurados no aeroporto de carga;
· Tarifas específicas de carga (specific commodity rates): são tarifas reduzidas aplicáveis a determinas mercadorias, entre dois pontos determinados (transporte regular). Possuem peso mínimo;
· Tarifas ULD (Unit Load Device): transporte de unidade domicílio a domicílio, aplicável a cargas unitizadas, em que o carregamento e o descarregamento das unidades ficam por conta do remetente e destinatário (prevista a cobrança de multa por atraso por dia ou fração até que a unitizarão esteja concluída);
· Tarifa mínima: representa o valor mínimo a ser pago pelo embarcador. Não é classificada pela IATA.
As restrições do Modal Aéreo
O transporte aéreo hoje em dia se destaca devido a sua agilidade, rapidez e segurança; mas sua utilização é restrita em diversos fatores um deles é o tamanho das cargas no qual não é possível transportar cargas de grandes dimensões, dificultando seu transporte devido ao tamanho reduzido de seus paletes e containers.
Outra restrição que impacta na escolha do modal aéreo é o custo, que é muito mais alto que outros modais que comparado com os outros , chega a custar três vezes mais como por exemplo o modal marítimo. Outro fator que dificulta a utilização do modal aéreo é a necessidade de transportar cargas perigosas, cargas no qual possam oferecer riscos à aeronave e a todos os seus tripulantes.
O acomodamento de cargas em aviões se restringe também devido a falta de espaço para cargas que necessitam de grandes espaços como por exemplo cargas a granel e líquidos como produtos químicos, sucos e etc.
No Brasil o modal aéreo é deficiente devido a sua falta de infraestrutura na maioria dos aeroportos, os terminais de carga aérea estão localizados na maioria das vezes em aeroportos das grandes cidades, já nas pequenas cidades localizadas do interior dos estados os aeroportos não disponibilizam terminal de carga aérea dificultando o escoamento da produção agrícola, industrial e agropecuária; fator que aumentaria a logística e a economia brasileira.
Infraestrutura de Transportes Aquaviários
Infraestrutura de Transportes Aquaviários
Regulação do transporte aquaviário e das atividades portuárias
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários desempenha, como autoridade administrativa independente, a função de entidade reguladora e fiscalizadora das atividades portuárias e de transporte aquaviário.
Com a missão de programar políticas formuladas pelo MT, regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de exploração dos serviços de transporte aquaviário e de exploração da infraestrutura portuária e aquaviária, exercidas por terceiros.
Competências da ANTAQ
Promover estudos específicos de demanda de transporte aquaviário e de serviços portuários.
Propor ao Ministério dos Transportes o plano geral de outorgas de exploração de infraestrutura aquaviária e portuária e de prestação de serviços de transporte aquaviário.
Elaborar e editar normas e regulamentos relativos à prestação de serviços de transporte e à exploração da infraestrutura aquaviária e portuária, garantindo isonomia no seu acesso e uso, assegurando os direitos dos usuários e fomentando a competição entre operadores.
Promover estudos referentes à composição da frota mercante brasileira e à prática de afretamentos de embarcações, de modo a subsidiar decisões governamentais quanto à política de apoio à indústria de construção naval e de afretamento de embarcações estrangeiras.
Infraestrutura aquaviária e portuária Visão e participação da ANTAQ
Portos e Terminais
A evolução crescente das exportações brasileiras, influenciada pela inserção da economia nacional no processo de globalização, revelou um preocupante quadro de saturação dos portos, resultada de deficiências operacionais e de infraestrutura.
Os portos, em geral, estão atingindo os limites das capacidades instaladas e ainda operam abaixo da eficiência operacional exigida pelo comércio internacional.
Infraestrutura Aquaviária e Portuária
Planejamento estratégico: elaboração do Plano Geral de Outorgas de exploração de infraestrutura portuária, baseado na avaliação da capacidade atual de movimentação de cargas dos portos e terminais, com vistas a atender ao aumento da demanda proveniente do comércio interno e exterior brasileiro realizado por via marítima.
Marcos regulatório: elaboração de normas e regulamentos relativos à exploração da infraestrutura portuária que ofereçam segurança aos investimentos privados realizados dentro ou fora da área do porto organizado.
Acessibilidade aos portos e terminais: desenvolvimento da infraestrutura necessária ao melhoramento do acesso terrestre aos portos e das condições hidrográficas das áreas marítimas adjacentes, por meio da realização de obras de dragagem, de forma a permitir o aperfeiçoamento da logística e o aumento da eficiência das operações portuárias.
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Etapa 1 - Passo 4
Tabela de tipos de Transportes
Tipos de Transportes
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Vantagens
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Desvantagens
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Rodoviário
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- vendas na condição de entrega porta a porta;
|
O transporte rodoviário também apresenta algumas desvantagens, dignas de serem registradas, entre as quais:
|
- menos manuseio da carga, portanto, mais segurança, já que o caminhão é lacrado no local de carregamento e aberto no local de entrega; | - írete mais alto do que alguns outros modais que são ou estão apresentando-se como seus concorrentes; | |
- rapidez na entrega da carga em curta distância; | - a menor capacidade de carga entre todos os modais; | |
- o transporte vai até a carga em vez de obrigar o exportador a levá-la até ele; | - custo elevado da sua infra-estrutura; | |
- a carga vai até o importador ao invés de obrigá-lo a ir retirá-la; | - um modal bastante poluidor do meio-ambiente; | |
- possibilidade de utilização de embalagens mais simples e de menor custo. | - a quantidade excessiva de veículos ajuda a provocar congestionamentos, trazendo transtornos ao trânsito bem como a toda população, inclusive aumentando o consumo de combustíveis, agravando a situação do país que é importador líquido de petróleo; | |
- peça fundamental da multimodalidade e da intermodalidade. | - obriga a construção contínua de estradas, ou a sua manutenção, com recursos do poder público, ou seja, da população. Isto faz com que, além do frete visível, tenhamos também um alto frete invisível que recai sobre os contribuintes. | |
Tipos de Transportes
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Vantagens
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Desvantagens
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Aéreo
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- usado particularmente com muita eficácia para transporte de amostras;
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- frete relativamente alto em relação aos demais modais;
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- ideal para o transporte de mercadorias com prioridade de entrega (urgência); | - capacidade de carga bem menor que os modais marítimo e ferroviário, ganhando apenas do rodoviário; | |
- documento de transporte obtido com maior rapidez, face à emissão antecipada; | - custo elevado da sua infra-estrutura. | |
- os aeroportos, normalmente, estão localizados mais próximos dos centros de produção, industrial ou agrícola, pois encontram-se em grande número e espalhados praticamente por todas as cidades importantes do planeta ou por seus arredores; | ||
- os fretes internos, para colocação das mercadorias nos aeroportos, são menores, e o tempo mais curto, em face da localização dos mesmos; | ||
- possibilidade de redução ou eliminação de estoques pelo exportador, já que se pode aplicar mais agressivamente uma política de just in time, com redução dos custos de capital de giro pelo embarque contínuo, podendo ser até diário ou mais vezes ao dia, dependendo dos destinos; | ||
- racionalização das compras pelos importadores, também aplicando o just in time, já que eles não terão a necessidade de manter estoques pela possibilidade de recebimento diário das mercadorias que necessitam; | ||
- maior competitividade do exportador, visto que a entrega rápida pode ser um bom argumento de venda; | ||
- redução dos custos de embalagem, que não precisa ser tão robusta, pois a mercadoria estará menos sujeita a manipulações; | ||
- o seguro de transporte aéreo é mais baixo em relação ao marítimo, podendo variar de 30% a 50% na média geral, dependendo da mercadoria. | ||
Tipos de Transportes
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Vantagens
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Desvantagens
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Aquaviário
| - Permite descongestionar as vias terrestres. | - É lento quando comparado com os restantes modos de transporte, não se adequa a mercadorias perecíveis. |
- Grande capacidade de carga (petroleiros, metaneiros, porta-contentores) e facilitador do turismo. | - Elevados investimentos na construção de infra-estruturas portuárias. | |
- Adequado para médias e longas distâncias (e curtas por cabotagem). | - podem ser extremamente poluentes. | |
- Menos dispendioso para o transporte a longa distância de mercadorias pesadas e de baixo valor (minérios, carvão. Petróleo, cereais, etc.). | - Riscos de acidentes (derrames, encalhes). | |
- Preços concorrenciais (para transporte de mercadorias). | -É pouco competitivo no transporte de mercadorias a curtas e medias distâncias e praticamente não é utilizado passageiros, a não ser em situações de turismo. | |
- Tem grande capacidade de carga de mercadorias e assegura o transporte de passageiros. | - Exige, com frequência, transbordo de mercadoria. | |
- Conhece uma crescente especialização e ligação a outros modos de transporte, através da utilização de contentores que, depois de desembarcados, são colocados no comboio ou num camião transbordo. | ||
Tipos de Transportes
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Vantagens
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Desvantagens
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Ferroviário
| - Económico para o transporte de mercadorias a médias e longas distâncias. | - Fraca flexibilidade – Limitações da rede - itinerários fixos, implicando o transbordo de passageiros e mercadorias. |
- Meio de transporte regular, confortável e seguro. | - os elevados investimentos na construção e manutenção das linhas férreas. Este facto também explica que sejam os países desenvolvidos os que têm maior densidade de vias férreas. | |
- Menos poluente e consome menos recursos. | -Elevados investimentos na manutenção e construção dos equipamentos e de infraestruturas. | |
- Reduzido impacto ambiental. | ||
- Pequeno consumo de energia, por cada unidade transportada. | ||
-Rápido, não tem congestionamentos. | ||
-Fraca sinistralidade. | ||
- Elevada capacidade de carga (mercadorias e passageiros). | ||
- permite viagens rápidas (comboio de alta velocidade). | ||
- Económico no transporte de mercadorias pesadas e volumosas a medias e longas distâncias (minerais, carvão, cereais, automóveis, etc.,). | ||
- tem um fraco consumo de energia; |
Etapa 1 - Passo 3
Museu do Transporte Ferroviário
Coube ao inventor Escocês Richard Trevithick (1771-1833) a
honra de ter fabricado a primeira locomotiva a vapor a conseguir tracionar uma
carga sob trilhos. Isto ocorreu no ano de 1804, quando sua locomotiva rebocou
dez toneladas inglesas de aço de Pennydaren até Abercynon, no País de Gales,
numa distância de 16 km. Além da carga, 70 entusiastas que vieram à demonstração
também foram transportados, tornando-se assim os primeiros passageiros
ferroviários do mundo.
A "Catch-Me-Who-Can",
O inventor Richard Trevithick construiu diversas
locomotivas numa tentativa de aperfeiçoar a tecnologia e superar as dificuldades
inerentes a um campo novo. A locomotiva apelidada de Catch-Me-Who-Can (agarre-me
quem puder) foi por ele fabricada para realizar demonstações e angariar
recursos. Em 1808, ele construiu perto de Londres uma pista circular, cercada,
onde as pessoas, mediante ingresso, podiam assistir à locomotiva atingir a então
espantosa velocidade de 30 km/h.
A locomotiva "Puffing Billy"
O contramestre mineiro William Hendley construiu em 1813
uma locomotiva para uso em minas que incorporava uma solução para o problema da
patinação das rodas nos trilhos de aço. Diferentemente de Blenkinsop, que usava
uma roda dentada para garantir a tração, Hendley compreendeu a função que o
atrito desempenhava no problema. Resolveu ele criar um mecanismo para que todas
as rodas exercessem tração, diminuindo assim as chances das rodas patinarem.
Essa máquina foi chamada de "Puffing Billy", por causa do barulho da chaminé.
Ficou em serviço por quase 50 anos.
A "Locomotion"
A primeira ferrovia do mundo foi construída por George
Stephenson, entre Stockton e Darlington, na Inglaterra. A primeira locomotiva a
circular nesta linha foi batizada de Locomotion, também construída por
Stephenson. Em 27 de setembro de 1825, esta máquina puxou 21 vagões de
mercadorias, ocupada por 450 passageiros. O trem, que alcançou a velocidade de
20 km/h, rebocava outros 12 vagões com carvão e farinha. Em associação com seu
filho Robert, Stephenson fundou a primeira fábrica de locomotivas do mundo. Foi
ele considerado, então, o inventor da locomotiva a vapor e construtor da
primeira estrada de ferro.
"Best Friend of Charleston"
Este foi o nome dado à primeira locomotiva dos EUA,
projetada por Horatio Allen e fabricada pela West Point Foundry. Foi usada na
primeira linha ferroviária regular desse país - de Charleston até Hamburgo, na
Georgia. Com 136 milhas (217 km), era a ferrovia mais longa do mundo na época.
Com essa linha, Charleston podia competir com Savannah pelo comércio do interior
do estado.
Locomotiva tipo "Big Boy"
As locomotivas chamadas de "Big Boy" foram as maiores
jamais construídas. Seus modelos, em sua maioria, eram do tipo Mallett, e foram
utilizadas pela ferrovia Union Pacific para o transporte de cargas através das
Montanhas Rochosas. Os maiores modelos chegaram a atingir o peso de 387
toneladas. Desde sua aparição, nos anos 30, reinaram absolutas, e só foram
substituídas com a entrada dos modelos diesel-elétricos mais
possantes.
A Primeira ferrovia da Alemanha
Em 7 de dezembro de 1835 foi inaugurada a primeira
ferrovia da Alemanha, com 6 km de comprimento, ligando as cidades de Nuremberg e
Fürth. A locomotiva foi fabricada pela firma inglesa Robert Stephenson &
Co., sendo conduzida na viagem inaugural pelo discípulo de Stephenson, Sir
William Wilson.
Locomotiva "Campbell"
Construída por James Brookes, a locomotiva apelidada de
Campbell foi a primeira locomotiva de padrão 4-4-0 do mundo (4 rodas portantes
na frente, 4 motrizes conjugadas e nenhuma portante atrás), em 1837. Este padrão
seria conhecido nos anos vindouros como "American", usado pelas maiorias das
locomotivas do velho oeste americano. Foi utilizada pela Philadelphia,
Germanstown & Norriston Railroad.
Locomotiva "Crampton"
A locomotiva apelidada "Crampton" foi criada pelo inglês
Thomas Crampton (1816-1888), mas não obteve sucesso em seu país natal. Foi a
França que fez pleno uso deste modelo de máquina, uma recordista de velocidade,
capaz de atingir 120 km/h em plena metade do século XIX. As redes francesas do
Norte e do Leste empregaram esta locomotiva, como por exemplo, na rota
Paris-Strasbourg.
Em
1874, surgia a segunda ferrovia do Estado de Minas Gerais e a 13ª do Brasil - a
Estrada de Ferro Leopoldina. Cinco anos depois, nascia a Estrada de Ferro Oeste
de Minas - EFOM, inaugurada no dia 30 de setembro de 1880, ligando, a princípio,
as cidades de Antônio Carlos, próximo a Barbacena, e Barroso. Foi considerada a
ferrovia mais mineira, pois em pouco tempo sua sede passou a ser São João Del
Rei, fruto do esforço da comunidade local, desejosa de que a ferrovia chegasse
até a cidade. Alguns historiadores chegaram a considerar a Estrada de Ferro
Oeste de Minas como a primeira ferrovia do estado, já que as demais possuíam
suas sedes no Rio de Janeiro.
Estrada
de Ferro Mauá
As
fotos retratam o Porto da Estrela, onde o povo desembarcava das barcas e
embarcava no trem, que parava alguns metros na frente, e seguia para a serra de
Petrópolis; e a Estação Guia de Pacobaíba, Mauá. Esse itinerário foi mantido até
1926.
A
primeira ferrovia no Brasil, a Imperial Companhia de Navegação a Vapor, Estrada
de Ferro de Petrópolis, conhecida como Estrada de Ferro de Mauá, foi inaugurada
em 30 de abril de 1854, e transportava os viajantes e as cargas que saíam do Rio
de Janeiro com destino à Petrópolis. Em um primeiro momento percorria um trecho
de 16,32 Km. Os passageiros e as cargas que vinham de barco do Rio eram
transportados até a Raiz da Serra, de onde subiam por estrada até Petrópolis.
Após trinta anos, esse trecho foi estendido em mais 6,00Km, pela Empresa
Ferroviária Príncipe do Grão Pará, em linha de cremalheira e bitola métrica,
alcançando o destino final até Petrópolis.
Em
1874, surgia a segunda ferrovia do Estado de Minas Gerais e a 13ª do Brasil – a
Estrada de Ferro Leopoldina. Cinco anos depois, nascia a Estrada de Ferro Oeste
de Minas - EFOM, inaugurada no dia 30 de setembro de 1880, ligando, a princípio,
as cidades de Antônio Carlos, próximo a Barbacena, e Barroso. Foi considerada a
ferrovia mais mineira, pois em pouco tempo sua sede passou a ser São João Del
Rei, fruto do esforço da comunidade local, desejosa de que a ferrovia chegasse
até a cidade. Alguns historiadores chegaram a considerar a Estrada de Ferro
Oeste de Minas como a primeira ferrovia do estado, já que as demais possuíam
suas sedes no Rio de Janeiro.
A
ferrovia de São João Del Rei possuía características bastante peculiares que a
tornaram muito especial. Sua bitola estreita, de 76 centímetros, a fez herdar o
carinhoso apelido de "Bitolinha". A ferrovia chegou a atingir 602 km de extensão
e pode ser considerada uma das raízes do que viria a ser, anos mais tarde, a
Ferrovia Centro-Atlântica FCA, herdeira da malha Centro-Leste brasileira, a
partir do processo de desestatização da Rede Ferroviária Federal S.A., em 1º de
setembro 1996. A ferrovia nunca parou de funcionar, e o tráfego ferroviário nos
12 quilômetros do trecho entre São João Del Rei, é ainda freqüentado por
turistas, e moradores interessados em viajar pela história do
Brasil.
O
complexo Ferroviário de São João Del Rei, tombado pelo patrimônio histórico, em
3 de agosto de 1989, nos convida a fazer uma viagem da origem ao crescimento das
ferrovias no Brasil. Uma história que vem, há mais de um século, acompanhando os
acontecimentos do País e deixando saudosas lembranças na memória das famílias
brasileiras. Uma história marcada, acima de tudo por cultura, arte e
emoção.
Estrada
de Ferro União Valenciana
Inaugurada
em 1871, na então Província do Rio de Janeiro, a Estrada de Ferro União
Valenciana foi a primeira ferrovia em bitola 1,10m, sendo considerada um marco
na utilização das bitolas estreitas, que a partir de então se tornaram o
tipo mais comum, talvez por serem de construção mais econômica, ao exigir
condições geométricas mais simples. A própria Estrada de Ferro Mauá teve a
bitola alterada para a métrica em 1883.
Inaugurada
em 1865 até São Paulo, e em 1867 até Jundiaí a São Paulo Railway, foi à primeira
ferrovia construída no estado, mas apesar de detentora do monopólio do
transporte para o interior não expandiu a linha ferroviária além de Jundiaí. Tal
fato incentivou um grupo de fazendeiros de café a criar a Companhia Paulista de
Estradas de Ferro. Inicialmente construíram o trajeto entre Jundiaí e Campinas
seguindo para o interior. O primeiro trecho de 45 km de extensão foi inaugurado
em 1872, e a Companhia continuou se expandindo a ponto de tornar-se uma ferrovia
padrão em termos de equipamentos e organização.
Durante meados da década de
1840, o empresário Irineu
Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, faz uma viagem de negócios à
Inglaterra
onde conheceu fábricas, fundições de ferro e o mundo dos empreendimentos
capitalistas, convencendo-o de que o Brasil deveria trilhar o caminho da
industrialização. A Inglaterra fora o cerne da Revolução Industrial, e o Brasil
ainda era um país de produção rural. Ao retornar, diante da decretação da
chamada tarifa
Alves Branco (1844) e da alta dos preços do café no mercado
internacional no período, decidiu tornar-se um industrial. Graças à habilidade
como conduzia seus negócios, em pouco tempo ganha fama se estabelecendo como os
maiores empresários do país, investindo nas mais diversos áreas, incluindo a
ferroviária.
Por causa de sua fama,
Irineu Evangelista foi contratado pela província do Rio de Janeiro em 27 de
abril de 1852
que almejava uma ligação ferroviária entre a praia da Estrela, na Baía da
Guanabara, e a Raiz da
Serra de Petrópolis.
Após os estudos preliminares serem aprovados, Irineu Evangelista cria, em
29 de
maio, a Imperial
Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petropolis com
um capital de 2 mil contos de réis, divididos em 10 mil ações de duzentos mil
réis cada.
Lançamento
da pedra fundamental da E.F. Mauá, em 29 de
agosto de 1852.
O ato contou com a presença de Dom Pedro
II e diversas outras autoridades.
No mês seguinte o governo
imperial lhe concedeu o direito de construção e exploração de navegação através
do Decreto do Governo Geral N.º 987 de 12 de
Junho de 1852.
As obras de construção foram
iniciadas em 29 de
agosto, na presença do imperador Dom Pedro
II. Um ano depois foi efetuado em 3 de
setembro o primeiro teste com uma locomotiva no país. Fabricada em Manchester,
Inglaterra, por William
Fair Barin & Sons, em 1852,
percorreu um trecho de 2.815
metros em 4 minutos a uma velocidade de 42 km/h .
Batizada de Baronesa
(em homenagem à mulher de Irineu) fez a viagem inaugural da ferrovia no dia 30 de
abril de 1854,
percorrendo a distância de 14,5 km entre a praia de Estrela e Fragoso. Presente
na viagem, o imperador Dom Pedro II concedeu a Irineu Evangelista de Souza o
título de Barão de Mauá. O transporte regular de passageiros se iniciou no dia
seguinte. Somente em 1 de
novembro foi iniciado o transporte de mercadorias e em 16 de
dezembro foram concluídos os trabalhos de construção do trecho até a
Raiz da Serra, ampliando a linha para 16,1 km
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Etapa 1 - Passo 2
História Sobre a Evolução da Política Nacional do Transporte.
Breve
Histórico Sobre a Evolução do Planejamento Nacional de Transportes
"Em
uma apreciação geral, pode-se afirmar que a prática do planejamento de
transportes no Brasil não é tão nova assim. Desde o Império, a adoção de planos
de viação foi preocupação de muitas personalidades, embora a história tivesse de
esperar até o início da República para que o Estado brasileiro tomasse alguma
iniciativa com vistas a preparar planos. Após a frustração com relação ao
primeiro plano geral, fruto de uma comissão composta em 1890, continuou-se a
adotar programas independentes para cada modal, e somente em 1934 o país adotou
formalmente um Plano Geral de Viação. A prática de planejamento, mais
sistemática e recorrente, iria, contudo, começar após a Segunda Guerra e se
consolidar, definitivamente, no Regime Militar, onde gozou de alguma
estabilidade institucional".
Com a
Independência em 1822 iniciou-se as modestas tratativas para organização dos
transportes no novo país, consubstanciado em uma Lei, de 1828, que regulava as
competências dos Governos Imperial, Provincial e Municipal de proverem a
navegação dos rios, abrirem canais, construírem estradas, pontes, aquedutos, e
admitia a concessão a nacionais e, aos estrangeiros. (Carlos Seman)
•
União e Indústria (1861), com 144 km entre Petrópolis e Juiz de
Fora;
Na Regência Una de Padre Antônio
Feijó, são apontados novos rumos para a política de transportes do Brasil, onde
foi cogitada a implantação de estradas de ferro, por considerar que já havia a
necessidade desse melhoramento. (Carlos Seman)
Mapa Geral do Caminho de Ferro Paraná-Mato Grosso |
Durante o Segundo Reinado, de D. Pedro II, foi
construído quatro estradas de rodagem que merecem destaque (Carlos
Seman):
•
Filadélfia - Santa Clara (1857), em Minas Gerais com 170 km;
• Dona
Francisca (1867), ligando Joinville a São Bento, em Santa Catarina, com 146
km;
Vários
expoentes da engenharia brasileira e outras autoridades apresentaram ao
Imperador D. Pedro II diversos planos e programas para a organização de
transportes nacional, nenhum deles levado adiante (Ministérios dos Transportes -
Planos de Viação -Evolução Histórica):
• Plano Rebelo
(1838) que idealizava
a construção de três estradas reais (São Paulo – Curitiba – São Leopoldo – Porto
Alegre, Barbacena – Vila Boa – Vila Bela da Santíssima Trindade, e Niterói –
Serra da Borborema – Santo Amaro, Litoral do Nordeste – Capital da Província do
Pará) que apesar de irreal para a época foi à primeira contribuição teórica para
a execução de uma política viária de integração nacional;
• Plano Moraes
(1869) que trazia um
esboço de rede geral de vias navegáveis, onde inferia que com poucas obras
poderia estabelecer uma ampla rede de comunicação fluvial ligando o porto mais
longínquo do país;
• Plano Queiroz
(1874/1882) modesto, porém
com certo realismo para a época, onde considerou o aproveitamento do Rio São
Francisco, a organização de redes de comunicação ferroviárias, e no
aprimoramento de 1882, ao estabelecimento de uma artéria central
Leste-Oeste;
•
O
Plano Rebouças (1874) que
considerou o Brasil com a forma triangular, com a base no Rio Amazonas e tendo
como vértices o litoral e a fronteira, linhas ferroviárias transversais
paralelas à base na direção Leste-Oeste e linhas auxiliares ligando às
principais transversais;
•
Planos Bulhões (1882) igualmente priorizando os modais fluvial e
ferroviário;
•
Plano
Geral de Viação (1886) apresentado
pelo Ministro Rodrigo Augusto da Silva, que propunha a construção de novas
ferrovias de modo a permitir o acesso ao interior do país com a integração dos
modais fluvial e ferroviário;
Com
o advento da República foi elaborado o Plano da Comissão de 1890, que
estabelecia as competências federais e estaduais no transporte ferroviário e
fluvial, prevendo futuras ligações destes modais.
Apesar não ter
sido oficialmente adotado, esse plano respondia às necessidades da época em
termos de integração nacional, associadas a questões de política interna e
internacional, além de possuir características estratégicas importantes, pois
proporcionava condições às operações militares na fronteira, desde a Bolívia até
o Uruguai. (Coimbra / Carlos Seman)
Depois desse plano, foram
apresentadas várias sugestões tendentes a modificá-lo, sem sucesso. Ainda nos
primórdios da República, o Artigo 13º da Constituição da República dos Estados
Unidos do Brasil de 1891, estabeleceu que a navegação de cabotagem fosse feita
por navios nacionais e que competia ao Congresso Nacional legislar sobre a
navegação dos rios que banhem mais de um estado.
Seguiu-se um período com poucas
ações governamentais para organização dos transportes nacionais.
Merece destaque a promulgação da
Lei nº 4.859/1903, durante o Governo Rodrigues Alves, que estabeleceu um novo
regime para a execução das obras e exploração de portos. Em 1911 foi criado o
único órgão central para o planejamento dos transportes nacional, a Inspetoria
Federal de Estradas - IFE, com o objetivo de fiscalizar todos os serviços
relacionados às explorações e construções ferroviárias e rodoviárias, excetuadas
aquelas sob a administração direta da União. Nessa época, o transporte era
majoritariamente ferroviário. (Dilma Andrade de Paula).
O Plano de Viação Férrea de 1912,
durante o Governo de Hermes da Fonseca, previa a integração ferroviária para o
Vale do Amazonas. Desde 1838, se reconhecia que a ferrovia e a navegação
marítima e fluvial eram os meios, por excelência de transportes a baixo preço
para grandes volumes de tráfego, em grandes distâncias. No planejamento geral, a
primazia ainda era para a ferrovia, mesmo com a campanha em prol das rodovias
iniciada desde a década de 1920, através da criação de diversas associações
particulares destinadas ao estudo e divulgação do rodoviarismo. As condições de
tráfego nas estradas eram as piores possíveis, em algumas épocas do ano elas
ficavam intransitáveis. (Dilma Andrade de Paula)
Principais Ferrovias Brasileiras |
Em
1921, a IFE passou a incorporar outras funções, mais ligadas ao planejamento da
viação terrestre, superintendência das administrações federais das estradas de
ferro de propriedade da União, bem como a fiscalização das empresas arrendadas
ou concedidas pelo Governo Federal. (Dilma Andrade de Paula)
Durante o Governo de Washington
Luís (1926-1930) ocorreu o grande impulso para o desenvolvimento do rodoviarismo
brasileiro. Com o Plano Catrambi foram estabelecidas as bases da Rede Rodoviária
do Brasil, o primeiro do gênero. Nele estavam categorizadas duas classes de
rodovias. (Carlos Seman):
• Estradas Federais ou troncais de
penetração em número de 17; e,
• Estradas Estaduais ou de união
dos estados em número de 12.
Em 1927, foi criado o Fundo
Especial para a Construção e Conservação de Estradas de Rodagem, um imposto
adicional sobre os combustíveis e veículos importados. Também nesta época foram
construídas as antigas Rio - São Paulo e Rio - Petrópolis, inauguradas em agosto
de 1928, trechos iniciais dos grandes troncos ligando todo o Oeste-Sul com todo
Norte - Leste do Brasil. (Dilma Andrade de Paula)
A Rio - Petrópolis foi à primeira
rodovia asfaltada do país e considerada um marco da engenharia nacional. Muitos
populares pensavam que as obras foram realizadas por norte-americanos e outros
estrangeiros.
Rio-Petrópolis |
A
Rio - São Paulo reduziu o tempo de viagem terrestre rodoviária entre as duas
principais cidades do país, de 33 dias (tempo da primeira viagem de automóvel
completada em 1908) para 14 horas. Ainda existem alguns trechos dessa rodovia
coincidentes com a SP-066 e a SP-062. Ainda em 1927, Luiz Schnoor, Ministro da
Viação e Obras Públicas, aprimorou o Plano de 1926, com base na futura capital
do país no planalto central em Goiás, imaginando um sistema de rodovias
irradiando deste ponto central para as demais regiões. (Carlos
Seman)
Para
o presidente Washington Luís, além de "abrir estradas", era preciso "construir
estradas para todas as horas do dia e para todos os dias do ano" e, ainda: A
rodovia seria um elo com as ferrovias. (Dilma Andrade de Paula)
Em
1930, no ano em que Getúlio Vargas depôs o Presidente Washington Luís, existiam
2.255 km de estradas de rodagem e 5.917 km de estradas carroçáveis, em mau
estado de conservação. (Carlos Seman).
A
Constituição de 1934 ainda priorizava a navegação, mas já preceituava o
estabelecimento de um plano nacional ferroviário e de estradas de rodagem, e
propunha regulamentar o tráfego rodoviário interestadual. O Plano Geral Nacional
de Viação de 1934, criado no Governo Getúlio Vargas (1930-1937), foi o primeiro
projeto nacional para os transportes aprovado oficialmente, apesar de ainda ter
uma grande influência dos anteriores. Era de natureza multimodal, mas a
prioridade conferida pelo governo à modalidade rodoviária já começava, desde
então, a se revelar. O PGNV/1934 designava tronco e ligações das redes
ferroviária e rodoviária com um número de ordem obedecendo a critérios técnicos.
Nesse
Plano constavam não só os troncos e ligações que deviam ser construídos, mas,
também, os já existentes, que fossem de interesse geral, de modo a ser parte
integrante da rede federal de vias de comunicação, e que deveriam atender aos
seguintes requisitos (Carlos Seman):
•
ligar a Capital Federal a uma ou mais capitais dos diferentes Estados;
•
ligar qualquer via de comunicação da rede federal a qualquer ponto de nossa
fronteira com os países vizinhos;
•
constituir vias de transporte ao longo da fronteira, ou dessa paralela, a menos
de 200 km de distância;
•
ligar entre si dois ou mais troncos de interesse geral, com o objetivo de
estabelecer, por caminho mais curto, comunicações entre duas ou mais unidades da
federação; e,
•
atender a exigências de ordem militar.
O
aumento progressivo da frota nacional de automóveis, distribuída por todo o
país, implicou na criação, pelo Governo, de um órgão dentro da estrutura do
Ministério de Viação e Obras Públicas para cuidar especificamente das rodovias.
(Carlos Seman)
Assim, em 1937, foi criado o
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem – DNER. Nesse mesmo ano o novo
órgão apresentou um plano de viação, acentuando a política rodoviária em
detrimento à ferroviária, sem grande repercussão.
No Plano do
DNER foram estabelecidos os conceitos básicos de categorias de estradas e
definiram-se as atribuições de cada um dos escalões governamentais
intervenientes na construção e conservação de rodovias. (Carlos
Seman).
A Inspetoria Federal de Estradas
não mais atendia à complexificação da área dos transportes no Brasil, por isso
foi substituído pelo Departamento Nacional de Estradas de Ferro – DNEF, através
do Decreto-Lei no 3.136, de 1941. (Dilma Andrade de
Paula).
O DNEF tinha por função: a)
estabelecer metas para o cumprimento do Plano de Viação; b) propor normas gerais
para a atividade ferroviária; c) superintender a administração das empresas a
cargo da União; d) fiscalizar as empresas não administradas pela União; e)
elaborar e rever projetos sobre novas linhas e obras gerais; f) elaborar
legislação apropriada ao funcionamento das ferrovias; g) organizar e atualizar
as estatísticas das atividades ferroviárias no país. Em 1946, a estrutura
organizacional do DNEF sofreria novas modificações, especificando melhor as suas
atribuições quanto à execução direta ou indireta de novas ligações ferroviárias,
elaboração de normas gerais para todo o serviço ferroviário do país, de acordo
com a política traçada pelo governo, bem como a fiscalização de seu cumprimento
e a superintendência da direção das ferrovias diretamente administradas pelo
Governo Federal. (Dilma Andrade de Paula)
O que possibilitou, a partir da
década de 1940, a evolução da malha rodoviária brasileira, foi o Plano
Rodoviário Nacional, que previa 27 diretrizes principais distribuídas em seis
rodovias longitudinais, 15 transversais e seis ligações, totalizando, na época,
35.574 km, os quais receberam o símbolo BR.
A partir da
segunda metade da década de 1940, se intensificou a construção de estradas,
muitas delas, com traçados paralelos aos ferroviários. Ao invés de se estimular
a integração intermodal de transportes, acirrava-se a competição principalmente
entre rodovias, ferrovias e navegação de cabotagem. Mivaldo Messias Ferrari
recupera os debates travados acerca da concorrência rodoviária em relação às
ferrovias e afirma que, inicialmente, acreditava-se que as rodovias seriam
grandes alimentadoras das ferrovias. Com o passar do tempo, os prognósticos
foram modificando-se: era evidente o incentivo progressivo às rodovias, mediante
a criação de vários impostos visando à captação de recursos. Ferrari cita o
depoimento do engenheiro Álvaro de Souza Lima, Diretor Geral do DER do Estado de
São Paulo, no VI Congresso Nacional de Estradas de Rodagem, em novembro de 1936,
que considerava os déficits ferroviários, iniciados a partir de 1929, frutos da
depressão econômica e não da concorrência dos transportes rodoviários. Via, com
otimismo, o transporte cada vez maior de cargas pelas rodovias, acreditando num
equilíbrio e nas vantagens gerais produzidas: "por contribuição direta ou pelo
desenvolvimento das regiões tributárias, contrabalançavam até com vantagem os
prejuízos causados". (Dilma Andrade de Paula)
Em 1944 foi criado o Plano
Rodoviário Nacional – PRN, que pretendia fundamentalmente, ligar o país de Norte
a Sul e cortá-lo em outras direções, estendendo sobre o território nacional uma
trama de vias de comunicação eficiente. (Carlos Seman)
Trata-se do primeiro plano
rodoviário aprovado pelo Governo Federal e estabelecia os princípios gerais da
política administrativa rodoviária. O PRN de 1944 estabelecia algumas
importantes diretrizes:
• Evitar a superposição das
rodovias com os troncos ferroviários principais;
• Aproveitar trechos de rodovias
existentes ou em projeto, dos planos estaduais;
• Considerar apenas trechos
rodoviários de caráter nacional;
• Estabelecer, no interior do
país, as convenientes ligações da rede rodoviária nacional com a infraestrutura
aérea.
O ano de 1946 marcou importantes
modificações na área de transportes, com a transformação do DNER em autarquia e
a criação do Fundo Rodoviário Nacional (FRN), pelo engenheiro Maurício Joppert,
Ministro de Viação e Obras Públicas no curto governo do presidente José
Linhares, que assumiu a administração do Brasil com a deposição de Getúlio
Vargas em 1945. O FRN destinou os recursos necessários para que o então DNER
desenvolvesse importantes “rodovias de penetração”, que se alongavam pelo
interior brasileiro. (Dilma Andrade de Paula)
A partir daí surgiram, no ano
seguinte, os anteprojetos de leis originando os órgãos rodoviários estaduais e
respectivos planos rodoviários. Em 1947, realizava-se o 1o RAR – Reunião de
Administrações Rodoviárias. O DNER definia seus objetivos emergenciais, no
início da construção de trechos considerados de maior relevância geoeconômica e
geopolítica: implantação do Rio - Bahia (antiga BR-4, atual BR-116, pavimentada
e concluída em 1963), novo Rio - São Paulo (via Presidente Dutra, concluída em
1951), conclusão do seguimento São Paulo – Curitiba – Lajes - Porto Alegre
(BR-2, atual BR-116, concluída na segunda metade dos anos 50), nova Rio - Belo
Horizonte (antiga BR-3, atual BR-135, concluída na segunda metade dos anos 50)
etc. No Nordeste, as principais vias estavam a cargo do DNOCS - Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas, e só passaram à jurisdição do DNER em 1951.
No estado de São Paulo, em 1944, foi construída a Via Anchieta, primeira
autoestrada brasileira, ligando a cidade de São Paulo a Santos, marcando uma
importante evolução técnica no domínio da construção de rodovias. (Dilma Andrade
de Paula)
Via Presidente Dutra
Via Anchieta
1950
|
Rio - Bahia
Via Anchieta
1940
|
Em 1946, o
Engenheiro Maurício Joppert da Silva, então Ministro da Viação e Obras Públicas,
formou uma Comissão para rever o PGVN de 1934. O intuito final da Comissão seria
a elaboração de um novo plano, com uma abordagem multimodal. No entanto, a
função de desbravamento de territórios não integrados, o objetivo principal do
plano, já saía das ferrovias e passava para as rodovias e aerovias.
(GEIPOT)
Dentre outras modificações, o
relatório final do projeto estabelecia que "se reserve para a navegação fluvial
e para as rodovias a função pioneira de vias de penetração de superfície".
(Dilma Andrade de Paula)
Em 1947, foi tentada a criação do
Plano Nacional de Viação Fluvial, de autoria do Cel. Jaguaribe de Matos, que
declarava que “o progresso real dos sistemas rodoviário e ferroviário depende do
progresso do sistema fluvial”. Naquela época foi concluída a construção de
outros acessos e interligações de importância nacional e estimulado o
crescimento urbano de núcleos dispersos pelo imenso território. São exemplos às
rodovias Porto Alegres - São Leopoldo; Curitiba - Lajes; Feira de Santana -
Salvador; rodovia Rio - Bahia; Anápolis - Corumbá; Itaipava - Teresópolis; Rio
de Janeiro - Petrópolis e Petrolina -Juazeiro.
A revisão do PGVN/1934, elaborada
pela Comissão criada pelo Ministro Joppert, foi encaminhada para aprovação em
1948, e transformou-se no Plano de Viação de 1951, composto pelos Sistemas
Ferroviário, Rodoviário, Fluvial, Marítimo e o novo modo de transporte
Aeroviário. Apesar da necessidade do país na época e do caráter eminentemente
técnico do PNV de 1951, ele nunca foi formalmente aprovado pelo Governo Federal.
Em 1956, com o grande número de marchas e contramarchas do processo de revisão
do PGVN/1934, o Governo Juscelino Kubitscheck, tendo em vista a urgência do seu
Programa de Metas, solicitou e obteve a aprovação por Lei, como que a título
provisório, de relações descritivas de um Plano Rodoviário Nacional e de um
Plano Ferroviário Nacional (Lei nº 2.975/1956). Em 1957, no Governo JK, a
implantação de uma indústria automobilística nacional e a decisão de construir a
nova capital no interior do país, impulsionou o desenvolvimento rodoviário do
Brasil.
Em 1964 o governo militar institui
um novo PNV, já com as prioridades de integração do país a partir de Brasília e
de garantia do escoamento da produção. (GEIPOT)
Até então, o plano geral de viação
existente ainda era o aprovado em 1934, com as alterações introduzidas pelos
planos provisórios de 1956. O PNV de 1964 se apresentou como peça fundamental na
formação de uma Política de Transportes, uma vez que definia a localização dos
elementos de infraestrutura de qualquer sistema de viação, vias e terminais, que
devem permitir a circulação nacional, capaz de atender às demandas de bem-estar
e segurança do país. Em 1965, o Congresso Nacional alterou significativamente a
descrição das vias que compunham o modal rodoviário do PNV, acrescentando mais
2.000 km aproximadamente. Em 1967 o Poder Executivo baixou o Decreto-Lei nº142 o
qual reconstituía o sub-setor rodoviário quase integralmente ao projeto original
de 1964.
Em 1973, por meio da Lei nº 5.917,
foi concebido e aprovado o atual Plano Nacional de Viação – PNV. Nele estão
conceituados os sistemas nacionais rodoviários, ferroviários, aquaviários,
portuários e aeroviários. Inicialmente estavam previstas revisões quinquenais do
PNV, que até o momento não ocorreram. Na atual legislação está determinado que
as rodovias do Plano Nacional de Viação devem satisfazer a, pelo menos, uma das
seguintes condições:
a) ligar a Capital Federal a uma
ou mais Capitais de Estados ou Territórios ou a pontos importantes da orla
oceânica ou fronteira terrestre;
b) ligar entre si dois ou mais dos
seguintes pontos, inclusive da mesma natureza:
-capital estadual;
-ponto importante da orla
oceânica;
-ponto da fronteira terrestre.
c) ligar em pontos adequados duas
ou mais rodovias federais;
d) permitir o acesso:
-a instalações federais de
importância, tais como parques nacionais, estabelecimentos industriais ou
organizações militares;
-a estâncias hidrominerais a
cidades tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e
pontos de atração turísticos notoriamente conhecidos e explorados;
-aos principais terminais
marítimos e fluviais e aeródromos, constates do Plano Nacional de Viação;
e) permitir conexões de caráter
internacional.
Em 2001, foi extinto o DNER e
criado o DNIT, que tem como atribuição a execução da Política de Transportes
estabelecida pelo Ministério dos Transportes, dentro da sua esfera de atuação
relacionada à seguir, conforme determinado na Lei nº 10.233/2001:
I – vias navegáveis;
II – ferrovias e rodovias
federais;
III – instalações e vias de
transbordo e de interface intermodal;
IV - instalações portuárias
fluviais e lacustres, excetuadas as outorgadas às companhias docas.
Encontra-se em tramitação no
Congresso Nacional o Projeto de Lei que cria o Sistema Nacional de Viação, que
substituirá o PNV de 1973.
Nomenclatura das Rodovias
Federais.
A nomenclatura das rodovias é
definida pela sigla BR, que significa que a rodovia é federal, seguida por três
algarismos. O primeiro algarismo indica a categoria da rodovia, de acordo com as
definições estabelecidas no PNV.
Os dois outros algarismos definem
a posição, a partir da orientação geral da rodovia, relativamente à Capital
Federal e aos limites do País (Norte, Sul, Leste e Oeste).
1. RODOVIAS RADIAIS
São as rodovias que partem da
Capital Federal em direção aos extremos do país.
Nomenclatura: BR-0XX
• Primeiro Algarismo: 0 (zero)
• Algarismos Restantes: A numeração dessas rodovias
pode variar de 05 a 95, segundo a razão numérica 05 e no sentido horário.
Exemplo: BR-040;
2. RODOVIAS
LONGITUDINAIS
São as rodovias que cortam o país
na direção geral Norte-Sul.
Nomenclatura: BR-1XX
• Primeiro Algarismo: 1 (um)
• Algarismos Restantes: A
numeração varia de 00, no extremo leste do País, a 50, na Capital, e de 50 a 99,
no extremo oeste. O número de uma rodovia longitudinal é obtido por interpolação
entre 00 e 50, se a rodovia estiver a leste de Brasília, e entre 50 e 99, se
estiverem a oeste, em função da distância da rodovia ao meridiano da Capital
Federal. Exemplos: BR-101, BR-153, BR-174.
3. RODOVIAS
TRANSVERSAIS
São as rodovias que cortam o país
na direção Leste-Oeste.
Nomenclatura: BR-2XX
• Primeiro Algarismo: 2 (dois)
• Algarismos Restantes: A
numeração varia de 00, no extremo norte do país, a 50, na Capital Federal, e de
50 a 99 no extremo sul. O número de uma rodovia transversal é obtido por
interpolação, entre 00 e 50, se a rodovia estiver ao norte da Capital, e entre
50 e 99, se estiverem ao sul, em função da distância da rodovia ao paralelo de
Brasília. Exemplos: BR-230, BR-262, BR-290.
4. RODOVIAS
DIAGONAIS
Estas rodovias podem apresentar
dois modos de orientação: Noroeste-Sudeste ou Nordeste-Sudoeste.
Nomenclatura: 3XX
• Primeiro Algarismo: 3 (três)
• Algarismos Restantes: A
numeração dessas rodovias obedece ao critério especificado a seguir:
• Diagonais orientadas na direção
geral NO-SE: A numeração varia, segundo números pares, de 00, no extremo
Nordeste do país, a 50, em Brasília, e de 50 a 98, no extremo Sudoeste.
Obtém-se o número da rodovia
mediante interpolação entre os limites consignados, em função da distância da
rodovia a uma linha com a direção Noroeste-Sudeste, passando pela Capital
Federal. Exemplos: BR-304, BR-324, BR-364.
• Diagonais
orientadas na direção geral NE-SO: A numeração varia, segundo números ímpares,
de 01, no extremo Noroeste do país, a 51, em Brasília, e de 51 a 99, no extremo
Sudeste. Obtém-se o número aproximado da rodovia mediante interpolação entre os
limites consignados, em função da distância da rodovia a uma linha com a direção
Nordeste sudoeste, passando pela Capital Federal. Exemplos: BR-319, BR-365,
BR-381.
5. RODOVIAS DE
LIGAÇÃO
Estas rodovias apresentam-se em
qualquer direção, geralmente ligando rodovias federais, ou pelo menos uma
rodovia federal a cidades ou pontos importantes ou ainda a nossas fronteiras
internacionais.
Nomenclatura: BR-4XX
• Primeiro Algarismo: 4
(quatro)
• Algarismos Restantes: A
numeração dessas rodovias varia entre 00 e 50, se a rodovia estiver ao norte do
paralelo da Capital Federal, e entre 50 e 99, se estiverem ao sul desta
referência. Exemplos: BR-401 (Boa Vista/RR – Fronteira BRA/GUI), BR-407
(Piripiri/PI – BR-116/PI e Anagé/PI), BR-470 (Navegantes/SC – Camaquã/RS),
BR-488 (BR116/SP – Santuário Nacional de Aparecida/SP).
Superposição de
Rodovias.
Existem alguns casos de
superposições de duas ou mais rodovias. Nestes casos usualmente é adotado o
número da rodovia que tem maior importância (normalmente a de maior volume de
tráfego), porém, atualmente, já se adota como rodovia representativa do trecho
superposto a rodovia de menor número, tendo em vista a operacionalidade dos
sistemas computadorizados.
Quilometragem das rodovias
A quilometragem das rodovias não é
cumulativa de uma Unidade da Federação para a outra. Logo, toda vez que uma
rodovia inicia dentro de uma nova Unidade da Federação, sua quilometragem começa
novamente a ser contada a partir de zero. O sentido da quilometragem segue
sempre o sentido descrito na Divisão em Trechos do Plano Nacional de Viação e,
basicamente, pode ser resumido da forma abaixo:
• Rodovias Radiais – o sentido de
quilometragem vai do Anel Rodoviário de Brasília em direção aos extremos do
país, e tendo o quilometro zero de cada estado no ponto da rodovia mais próximo
à capital federal.
• Rodovias Longitudinais – o
sentido de quilometragem vai do norte para o sul. As únicas exceções deste caso
são as BR-163 e BR-174, que tem o sentido de quilometragem do sul para o norte.
• Rodovias Transversais – o
sentido de quilometragem vai do leste para o oeste.
• Rodovias Diagonais – a
quilometragem se inicia no ponto mais ao norte da rodovia indo em direção ao
ponto mais ao sul. Como exceção pode citar as BR-307, BR-364 e BR-392.
• Rodovias de Ligação – geralmente
a contagem da quilometragem segue do ponto mais ao norte da rodovia para o ponto
mais ao sul. No caso de ligação entre duas rodovias federais, a quilometragem
começa na rodovia começa na rodovia de maior importância
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