Museu do Transporte Ferroviário
Coube ao inventor Escocês Richard Trevithick (1771-1833) a
honra de ter fabricado a primeira locomotiva a vapor a conseguir tracionar uma
carga sob trilhos. Isto ocorreu no ano de 1804, quando sua locomotiva rebocou
dez toneladas inglesas de aço de Pennydaren até Abercynon, no País de Gales,
numa distância de 16 km. Além da carga, 70 entusiastas que vieram à demonstração
também foram transportados, tornando-se assim os primeiros passageiros
ferroviários do mundo.
A "Catch-Me-Who-Can",
O inventor Richard Trevithick construiu diversas
locomotivas numa tentativa de aperfeiçoar a tecnologia e superar as dificuldades
inerentes a um campo novo. A locomotiva apelidada de Catch-Me-Who-Can (agarre-me
quem puder) foi por ele fabricada para realizar demonstações e angariar
recursos. Em 1808, ele construiu perto de Londres uma pista circular, cercada,
onde as pessoas, mediante ingresso, podiam assistir à locomotiva atingir a então
espantosa velocidade de 30 km/h.
A locomotiva "Puffing Billy"
O contramestre mineiro William Hendley construiu em 1813
uma locomotiva para uso em minas que incorporava uma solução para o problema da
patinação das rodas nos trilhos de aço. Diferentemente de Blenkinsop, que usava
uma roda dentada para garantir a tração, Hendley compreendeu a função que o
atrito desempenhava no problema. Resolveu ele criar um mecanismo para que todas
as rodas exercessem tração, diminuindo assim as chances das rodas patinarem.
Essa máquina foi chamada de "Puffing Billy", por causa do barulho da chaminé.
Ficou em serviço por quase 50 anos.
A "Locomotion"
A primeira ferrovia do mundo foi construída por George
Stephenson, entre Stockton e Darlington, na Inglaterra. A primeira locomotiva a
circular nesta linha foi batizada de Locomotion, também construída por
Stephenson. Em 27 de setembro de 1825, esta máquina puxou 21 vagões de
mercadorias, ocupada por 450 passageiros. O trem, que alcançou a velocidade de
20 km/h, rebocava outros 12 vagões com carvão e farinha. Em associação com seu
filho Robert, Stephenson fundou a primeira fábrica de locomotivas do mundo. Foi
ele considerado, então, o inventor da locomotiva a vapor e construtor da
primeira estrada de ferro.
"Best Friend of Charleston"
Este foi o nome dado à primeira locomotiva dos EUA,
projetada por Horatio Allen e fabricada pela West Point Foundry. Foi usada na
primeira linha ferroviária regular desse país - de Charleston até Hamburgo, na
Georgia. Com 136 milhas (217 km), era a ferrovia mais longa do mundo na época.
Com essa linha, Charleston podia competir com Savannah pelo comércio do interior
do estado.
Locomotiva tipo "Big Boy"
As locomotivas chamadas de "Big Boy" foram as maiores
jamais construídas. Seus modelos, em sua maioria, eram do tipo Mallett, e foram
utilizadas pela ferrovia Union Pacific para o transporte de cargas através das
Montanhas Rochosas. Os maiores modelos chegaram a atingir o peso de 387
toneladas. Desde sua aparição, nos anos 30, reinaram absolutas, e só foram
substituídas com a entrada dos modelos diesel-elétricos mais
possantes.
A Primeira ferrovia da Alemanha
Em 7 de dezembro de 1835 foi inaugurada a primeira
ferrovia da Alemanha, com 6 km de comprimento, ligando as cidades de Nuremberg e
Fürth. A locomotiva foi fabricada pela firma inglesa Robert Stephenson &
Co., sendo conduzida na viagem inaugural pelo discípulo de Stephenson, Sir
William Wilson.
Locomotiva "Campbell"
Construída por James Brookes, a locomotiva apelidada de
Campbell foi a primeira locomotiva de padrão 4-4-0 do mundo (4 rodas portantes
na frente, 4 motrizes conjugadas e nenhuma portante atrás), em 1837. Este padrão
seria conhecido nos anos vindouros como "American", usado pelas maiorias das
locomotivas do velho oeste americano. Foi utilizada pela Philadelphia,
Germanstown & Norriston Railroad.
Locomotiva "Crampton"
A locomotiva apelidada "Crampton" foi criada pelo inglês
Thomas Crampton (1816-1888), mas não obteve sucesso em seu país natal. Foi a
França que fez pleno uso deste modelo de máquina, uma recordista de velocidade,
capaz de atingir 120 km/h em plena metade do século XIX. As redes francesas do
Norte e do Leste empregaram esta locomotiva, como por exemplo, na rota
Paris-Strasbourg.
Em
1874, surgia a segunda ferrovia do Estado de Minas Gerais e a 13ª do Brasil - a
Estrada de Ferro Leopoldina. Cinco anos depois, nascia a Estrada de Ferro Oeste
de Minas - EFOM, inaugurada no dia 30 de setembro de 1880, ligando, a princípio,
as cidades de Antônio Carlos, próximo a Barbacena, e Barroso. Foi considerada a
ferrovia mais mineira, pois em pouco tempo sua sede passou a ser São João Del
Rei, fruto do esforço da comunidade local, desejosa de que a ferrovia chegasse
até a cidade. Alguns historiadores chegaram a considerar a Estrada de Ferro
Oeste de Minas como a primeira ferrovia do estado, já que as demais possuíam
suas sedes no Rio de Janeiro.
Estrada
de Ferro Mauá
As
fotos retratam o Porto da Estrela, onde o povo desembarcava das barcas e
embarcava no trem, que parava alguns metros na frente, e seguia para a serra de
Petrópolis; e a Estação Guia de Pacobaíba, Mauá. Esse itinerário foi mantido até
1926.
A
primeira ferrovia no Brasil, a Imperial Companhia de Navegação a Vapor, Estrada
de Ferro de Petrópolis, conhecida como Estrada de Ferro de Mauá, foi inaugurada
em 30 de abril de 1854, e transportava os viajantes e as cargas que saíam do Rio
de Janeiro com destino à Petrópolis. Em um primeiro momento percorria um trecho
de 16,32 Km. Os passageiros e as cargas que vinham de barco do Rio eram
transportados até a Raiz da Serra, de onde subiam por estrada até Petrópolis.
Após trinta anos, esse trecho foi estendido em mais 6,00Km, pela Empresa
Ferroviária Príncipe do Grão Pará, em linha de cremalheira e bitola métrica,
alcançando o destino final até Petrópolis.
Em
1874, surgia a segunda ferrovia do Estado de Minas Gerais e a 13ª do Brasil – a
Estrada de Ferro Leopoldina. Cinco anos depois, nascia a Estrada de Ferro Oeste
de Minas - EFOM, inaugurada no dia 30 de setembro de 1880, ligando, a princípio,
as cidades de Antônio Carlos, próximo a Barbacena, e Barroso. Foi considerada a
ferrovia mais mineira, pois em pouco tempo sua sede passou a ser São João Del
Rei, fruto do esforço da comunidade local, desejosa de que a ferrovia chegasse
até a cidade. Alguns historiadores chegaram a considerar a Estrada de Ferro
Oeste de Minas como a primeira ferrovia do estado, já que as demais possuíam
suas sedes no Rio de Janeiro.
A
ferrovia de São João Del Rei possuía características bastante peculiares que a
tornaram muito especial. Sua bitola estreita, de 76 centímetros, a fez herdar o
carinhoso apelido de "Bitolinha". A ferrovia chegou a atingir 602 km de extensão
e pode ser considerada uma das raízes do que viria a ser, anos mais tarde, a
Ferrovia Centro-Atlântica FCA, herdeira da malha Centro-Leste brasileira, a
partir do processo de desestatização da Rede Ferroviária Federal S.A., em 1º de
setembro 1996. A ferrovia nunca parou de funcionar, e o tráfego ferroviário nos
12 quilômetros do trecho entre São João Del Rei, é ainda freqüentado por
turistas, e moradores interessados em viajar pela história do
Brasil.
O
complexo Ferroviário de São João Del Rei, tombado pelo patrimônio histórico, em
3 de agosto de 1989, nos convida a fazer uma viagem da origem ao crescimento das
ferrovias no Brasil. Uma história que vem, há mais de um século, acompanhando os
acontecimentos do País e deixando saudosas lembranças na memória das famílias
brasileiras. Uma história marcada, acima de tudo por cultura, arte e
emoção.
Estrada
de Ferro União Valenciana
Inaugurada
em 1871, na então Província do Rio de Janeiro, a Estrada de Ferro União
Valenciana foi a primeira ferrovia em bitola 1,10m, sendo considerada um marco
na utilização das bitolas estreitas, que a partir de então se tornaram o
tipo mais comum, talvez por serem de construção mais econômica, ao exigir
condições geométricas mais simples. A própria Estrada de Ferro Mauá teve a
bitola alterada para a métrica em 1883.
Inaugurada
em 1865 até São Paulo, e em 1867 até Jundiaí a São Paulo Railway, foi à primeira
ferrovia construída no estado, mas apesar de detentora do monopólio do
transporte para o interior não expandiu a linha ferroviária além de Jundiaí. Tal
fato incentivou um grupo de fazendeiros de café a criar a Companhia Paulista de
Estradas de Ferro. Inicialmente construíram o trajeto entre Jundiaí e Campinas
seguindo para o interior. O primeiro trecho de 45 km de extensão foi inaugurado
em 1872, e a Companhia continuou se expandindo a ponto de tornar-se uma ferrovia
padrão em termos de equipamentos e organização.
Durante meados da década de
1840, o empresário Irineu
Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, faz uma viagem de negócios à
Inglaterra
onde conheceu fábricas, fundições de ferro e o mundo dos empreendimentos
capitalistas, convencendo-o de que o Brasil deveria trilhar o caminho da
industrialização. A Inglaterra fora o cerne da Revolução Industrial, e o Brasil
ainda era um país de produção rural. Ao retornar, diante da decretação da
chamada tarifa
Alves Branco (1844) e da alta dos preços do café no mercado
internacional no período, decidiu tornar-se um industrial. Graças à habilidade
como conduzia seus negócios, em pouco tempo ganha fama se estabelecendo como os
maiores empresários do país, investindo nas mais diversos áreas, incluindo a
ferroviária.
Por causa de sua fama,
Irineu Evangelista foi contratado pela província do Rio de Janeiro em 27 de
abril de 1852
que almejava uma ligação ferroviária entre a praia da Estrela, na Baía da
Guanabara, e a Raiz da
Serra de Petrópolis.
Após os estudos preliminares serem aprovados, Irineu Evangelista cria, em
29 de
maio, a Imperial
Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petropolis com
um capital de 2 mil contos de réis, divididos em 10 mil ações de duzentos mil
réis cada.
Lançamento
da pedra fundamental da E.F. Mauá, em 29 de
agosto de 1852.
O ato contou com a presença de Dom Pedro
II e diversas outras autoridades.
No mês seguinte o governo
imperial lhe concedeu o direito de construção e exploração de navegação através
do Decreto do Governo Geral N.º 987 de 12 de
Junho de 1852.
As obras de construção foram
iniciadas em 29 de
agosto, na presença do imperador Dom Pedro
II. Um ano depois foi efetuado em 3 de
setembro o primeiro teste com uma locomotiva no país. Fabricada em Manchester,
Inglaterra, por William
Fair Barin & Sons, em 1852,
percorreu um trecho de 2.815
metros em 4 minutos a uma velocidade de 42 km/h .
Batizada de Baronesa
(em homenagem à mulher de Irineu) fez a viagem inaugural da ferrovia no dia 30 de
abril de 1854,
percorrendo a distância de 14,5 km entre a praia de Estrela e Fragoso. Presente
na viagem, o imperador Dom Pedro II concedeu a Irineu Evangelista de Souza o
título de Barão de Mauá. O transporte regular de passageiros se iniciou no dia
seguinte. Somente em 1 de
novembro foi iniciado o transporte de mercadorias e em 16 de
dezembro foram concluídos os trabalhos de construção do trecho até a
Raiz da Serra, ampliando a linha para 16,1 km
O transporte ferroviário teve uma grande evolução comparando as primeiras locomotivas com as locomotivas modernas com tecnologia.
ResponderExcluirO post muito interessante.